Contos d'Ella #3

E aí? Como foi seu dia? Me pergunto se foi mais movimentado que o meu, ou simplesmente esperou enquanto os ponteiros do relógio faziam o seu caminho habitual. Ultimamente tenho escrito bem menos do que devia, você acredita? É como se algo dentro de mim tivesse evaporado de uma hora pra outra, sem deixar rastros. Sinto como se necessitasse de uma energia extra e uma motivação maior do que minha fome por livros para continuar escrevendo.

Na verdade, desde aquele dia, quando me perguntaram pelo seu nome, me faço a mesma pergunta. Não com a mesma intensidade de antigamente, talvez esteja mais “escaldada” de tudo isso, porque mal me animo com possíveis novidades. Você me entende? Mas é como se uma peça do quebra-cabeças tivesse desaparecido de repente, e do nada precisasse ser substituída. Antes do questionamento, eu mal sabia que esse espaço existia. Ou sabia e ignorava. Quais eram as palavras mesmo? “Não se iluda”. Isso, era isso mesmo.

Mas acho que, de tanto repetir e aconselhar a outros e outras, acabei caindo na minha própria armadilha. Sabe quando temos sempre um conselho pronto na ponta da língua, mas nunca o direcionamos a nós mesmos? O que é mais difícil? Mostrar a luz no fim do túnel para alguém ou encontrar a sua?

Não me leia com um sentimento de receio pelas minhas divagações, mas entenda alguma conexão em todo esse emaranhado de fios. Embora não entenda muita coisa agora, escreverei sempre que possível, respirarei sempre que necessário, esperarei o tempo de Deus para minha vida. Para nossas vidas.

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