26 outubro 2015

E se as palavras me escutam...


Tenho saudades
  De quem eu era
  Do que me tornarei
  E de quem sou quando estás.

Sinto falta
  Das minhas reflexões
  Dos nossos serões
  E dos céus estrelados em nossos verões.

Das caminhadas solenes
  Do sorriso perene
  E das árvores que tremem
  Ao doce toque dessa brisa.

Desse rosto que suaviza
  Suavemente ruboriza
  E num olhar sintetiza
  O que um coração memoriza.

Da verdade que nunca se concretizou
  Do sonho que não se realizou
  Versos que a censura murchou
  E de seu dono não mais se lembrou.

E se as palavras me escutam
  Dentro de mim lutam
  Por um espaço ao sol
  Alvas e envolventes como um lençol.

Mas temem o destino do rouxinol
  Que ao sonhar com o peixe
  Foi seduzido pelo mesmo anzol.

4 comentários:

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