06 agosto 2015

Libertem a alma do artista

Eu queria escrever sobre o amor. "Mas você já escreve". É...talvez não tenha me expressado tão bem. Meu desejo era escrever livremente sobre esse tema que tem se tornado um tabu de várias formas. Não sei se por ser desacreditado, ou desvalorizado, mas o fato é que somos julgados pelo que escrevemos.

Também posso dizer que muitos de nós, apaixonados pelo amor, muitas vezes nos sentimos aprisionados à nossa folha de papel, e ao rascunho de texto de um blog. É como se nos sentíssemos censurados, temerosos pelo que irão pensar dos nossos sentimentos.

Mas sabe uma coisa? O amor é um sentimento tão singular, que ao ser sentido uma vez, e estudado por algum tempo, consegue ser descrito por palavras de quem não o vive no exato momento em que escreve. Com isso quero dizer que o fato de escrevermos sobre lindos olhos azúis, sorrisos estonteantes e múltiplas qualidades humanas, não quer dizer que estamos descrevendo alguém, apenas estamos fazendo o trabalho de um artista, pintando um quadro que emocione quem analisá-lo.

Quantas vezes você já viu aqueles olhares que parecem querer ler a tua mente, e a famosa frase: "quem é ele?" ou para os meninos: "quem é ela?". Isso te faz parar, respirar fundo, pedir sabedoria ao Deus dos céus e responder com a maior seriedade possível: "Faço a mesma pergunta a Deus todos os dias, quando souber te digo.". Antes que me ameassem, esse não foi um fora, mas uma forma de sair da armadilha sem parecer que você está escondendo algum segredo. Acredite, seus amigos lêem seus silêncios melhor que você mesmo.

Precisamos acabar com esse preconceito de que quem escreve sobre o amor está apaixonado, quem fala sobre uma desilusão, sofreu recentemente. Acho que ao entendermos isso, damos a liberdade que muitos escritores em ascensão precisam para desenvolver seu talento e mostrá-lo ao mundo.

Por isso escrevo sempre, por mais que falem e julguem, eu sou assim. Sou daquelas que choram tanto com finais felizes quanto com finais tristes. Aprecio um bom enredo, admiradora de Shakespeare e Jane Austen. Leio e escrevo sobre esse sentimento desde os 14 anos, e a cada ano que passa, sinto que sei menos sobre ele, o que me dá mais vontade de escrever e tentar descrever o que suponho ser verdade, o que já ouvi ao longo da vida, também o que vivi. Mas não essencialmente apenas o que vivi.

Esse post é um incentivo. A você, que ama escrever sobre o amor, não esconda sua luz em baixo de um lençol, mas deixe brilhar! O que seria do mundo literário se Clarice Lispector tivesse medo dos seus sentimentos? William Shakespeare? Somos todos sonhadores, construtores e artistas. Façamos nossa arte e acatemos as boas críticas. As outras? Na medida do possível, filtre o necessário e releve o que só quer reprimir teu talento.

1 comentário:

  1. Amo seus posts, me emociono cada vez mais e me identifico com muitos deles, que Deus continue te abençoando e que você continue a nos emocionar com esse teu dom!

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