De madrugada é quando a alma está livre o suficiente para falar mais alto. É o momento em que todos os nossos sentidos se alinham, fazendo com que entendamos todo esse sistema que chamamos de mundo, mais perfeitamente.
De longe um grilo solitário ainda se faz ouvir acima do silêncio noturno. Se você vive na cidade, provavelmente o único “grilo” que você ouvirá é a ambulância. E no silêncio de mais uma noite misteriosa, você pede a Deus misericórdia pela alma que está sendo encaminhada para o hospital, seja qual for o problema de seu corpo corruptível.
O vento uiva através das frestas das janelas, fazendo um ruído semelhante a lobos esfomeados, na lua cheia. Não, são só cachorros, acossados pela calmaria da cidade em trevas.
E no quarto mais silencioso que a rua, ao som do “tec-tec-tec” do computador, você ainda quer resistir ao poder do sono, tentando puxar mais algumas gotas de inspiração de seus olhos sonolentos. A cada nova palavra, fica mais difícil encontrar sinônimos, torna-se mais complicado completar uma frase com nexo.
Então é hora de se levantar, esfregar os olhos suavemente, e dar por encerrado o seu dia. Por hoje é só. Não exija tanto de si. Encontre a poesia nos carneirinhos pulando a cerca, nos seus sonhos inconscientes. Amanhã é um novo dia.
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